24/12/2012

Frases e Pensamentos de Platão

  •   Amor: uma perigosa doença mental.
  • O tempo é a imagem móvel da eternidade imóvel.
  • Todo homem é poeta quando está apaixonado.
  • Nunca desencoraje ninguém que continuamente faz progresso,não importa quão devagar.
  • De todos os animais selvagens,o homem jovem é o mais difícil de domar.
  • Podemos facilmente perdoar uma criança que tem medo do escuro; a real tragédia da vida é quando os homens têm medo da luz.
  • Tente mover o mundo - o primeiro passo será mover a si mesmo.
  • Quando a mente está pensando,está falando consigo mesma.
  • Uma vida não questionada não merece ser vivida.
  • A coisa mais indispensável a um homem é reconhecer o uso que deve fazer do seu próprio conhecimento.
  • O que faz andar o barco não é a vela enfunada, mas o vento que não se vê.
  • Você pode descobrir mais a respeito de uma pessoa numa hora de jogo do que num ano de conversação.
  • A paz do coração é o paraíso dos homens.
  • Só pelo amor o homem se realiza plenamente.
  • A parte que ignoramos é muito maior que tudo quanto sabemos.
  • Os homens não desejam aquilo que fazem, mas os objectivos que os levam a fazer aquilo que fazem.
  • Os olhos do espírito só começam a ser penetrantes quando os do corpo principiam a enfraquecer.
  • Calarei os maldizentes continuando a viver bem; eis o melhor uso que podemos fazer da maledicência.
  • A necessidade que é a mãe da invenção.
  • O homem é a medida de todas as coisas.
  • O tempo é a imagem móvel da eternidade imóvel.
  • A velhice é um estado de repouso e de liberdade no que respeita aos sentidos. Quando a violência das paixões se relaxa e o seu ardor arrefece, ficamos libertos de uma multidão de furiosos tiranos.
  • Tudo quanto vive provém daquilo que morreu.
  • Não há ninguém, mesmo sem cultura, que não se torne poeta quando o Amor toma conta dele.
  • É a esta força que mantém sempre a opinião justa e legítima sobre o que é necessário temer e não temer, que chamo e defino coragem.
  • São muitos os que usam a régua, mas poucos os inspirados.
  • Não há nada bom nem mau a não ser estas duas coisas: a sabedoria que é um bem e a ignorância que é um mal.
  • Não é permitido irritarmo-nos com a verdade.
  • Só os mortos conhecem o fim da guerra.
  • Os filhos dos homens, dentre todos os animais jovens, são os mais difíceis de serem tratados.
  • A admiração é própria da natureza do filósofo; e a filosofia deriva apenas da estupefacção.
  • Quem critica a injustiça fá-lo não porque teme cometer acções injustas, mas porque teme sofrê-las.
  • O bom juiz não deve ser jovem, mas ancião, alguém que aprendeu tarde o que é a injustiça, sem tê-la sentido como experiência pessoal e ínsita na sua alma; mas por tê-la estudado, como uma qualidade alheia, nas almas alheias.
  • O cansaço físico, mesmo que suportado forçosamente, não prejudica o corpo, enquanto o conhecimento imposto à força não pode permanecer na alma por muito tempo.
  • Não eduques as crianças nas várias disciplinas recorrendo à força, mas como se fosse um jogo, para que também possas observar melhor qual a disposição natural de cada um.
  • A orientação inicial que alguém recebe da educação também marca a sua conduta ulterior.
  • Tudo aquilo que engana parece libertar um encanto.
  • A democracia... é uma constituição agradável, anárquica e variada, distribuidora de igualdade indiferentemente a iguais e a desiguais.
  • Devemos prosperar por merecimento, não por protecção.

  A Alma do Amor

  • Quando um homem, quer tenda para os rapazes ou para as mulheres, encontra aquele mesmo que é a sua metade, é um prodígio como os transportes de ternura, confiança e amor os tomam. Eles não desejariam mais separar-se, nem por um só instante. E pensar que há pessoas que passam a vida toda juntas, sem poder dizer, diga-se de passagem, o que uma espera da outra; pois não parece que seja o prazer dos sentidos que lhes faça encontrar tanto encanto na companhia uma da outra. É evidente que a alma de ambas deseja outra coisa, que não pode dizer, mas que adivinha e deixa adivinhar.

Impressões mal Fundamentadas

  • Sócrates- Quando a cera que está na alma de alguém é não apenas densa, mas abundante e lisa, com a consistência adequada, o que vem através das percepções grava-se neste «coração» da alma. Como Homero lhe chama de modo enigmático, referindo-se à semelhança com a cera. Nesse momento, os sinais tornam-se puros nestas pessoas e têm suficiente densidade para chegarem a ser duradouros. Quantos são desse tipo têm, em primeiro lugar, facilidade em aprender, em segundo, boa memória, e, em terceiro, não desviam os sinais das suas percepções, mas têm opiniões verdadeiras. Com efeito, dado que os sinais são claros e bem espaçados, distribuem-nos rapidamente em cada uma das impressões, às quais sem dúvida se chama coisas que são. E estas pessoas são chamadas sábias. Ou não te parece? Teeteto- Sem dúvida. A explicação é maravilhosamente convincente. Sócrates- Ora bem, vejamos o que sucede quando o coração de uma pessoa é hirsuto - coisa que o poeta elogiou, na sua enorme sabedoria - ou, quando a cera está suja e é impura, ou quando é extremamente líquida ou dura: aqueles cuja cera é líquida têm facilidade para aprender, mas tornam-se esquecidos, enquanto, com aqueles cuja cera é dura, ocorre o contrário. Os que têm a sua cera hirsuta e áspera, como se fosse de pedra, repleta de terra, ou de sujidade mesclada com ela, têm impressões sem clareza. Os que a têm dura também têm as impressões sem clareza, pois têm-nas sem densidade. E os que a têm líquida, por sua vez, também carecem de clareza, pois, por acção da fusão, rapidamente se tornam confusas. E se, além de tudo isto, as impressões caíram umas em cima das outras, devido à falta de espaço, e, se a alminha de uma pessoa é pequena, são ainda mais carentes de clareza que aquelas. Por conseguinte, todos estes são os que chegam a opinar falsidades, pois, quando vêem, ouvem ou pensam algo não são capazes de distribuir com rapidez a impressão a cada coisa e são lentos. E, ao distribuirem o que corresponde a outra, não só vêem mal, como ainda por cima ouvem e pensam mal, na maior parte das vezes. Estes são os que não só se encontram na falsidade, a respeito da realidade, como são chamados ignorantes.

A Alegoria da Caverna

  • - Imagina agora o estado da natureza humana com respeito à ciência e à ignorância, conforme o quadro que dele vou esboçar. Imagina uma caverna subterrânea que tem a toda a sua largura uma abertura por onde entra livremente a luz e, nessa caverna, homens agrilhoados desde a infância, de tal modo que não possam mudar de lugar nem volver a cabeça devido às cadeias que lhes prendem as pernas e o tronco, podendo tão-só ver aquilo que se encontra diante deles. Nas suas costas, a certa distância e a certa altura, existe um fogo cujo fulgor os ilumina, e entre esse fogo e os prisioneiros depara-se um caminho dificilmente acessível. Ao lado desse caminho, imagina uma parede semelhante a esses tapumes que os charlatães de feita colocam entre si e os espectadores para esconder destes o jogo e os truques secretos das maravilhas que exibem. - Estou a imaginar tudo isso. - Imagina homens que passem para além da parede, carregando objectos de todas as espécies ou pedra, figuras de homens e animais de madeira ou de pedra, de tal modo que tudo isso apareça por cima do muro. Os que tal transportam, ou falam uns com os outros, ou passam em silêncio. - Estranho quadro e estranhos prisioneiros! - E, no entanto, são ponto por ponto tal qual como nós. Em primeiro lugar, julgas que percepcionarão outra coisa, de si mesmos e dos que se encontram a seu lado, além das sombras que na sua frente se produzem, no fundo da caverna? - Que outra coisa poderão ver, pois que, desde o nascimento, foram compelidos a conservar a cabeça permanentemente imóvel? - Verão, apesar disso, outras coisas além dos objectos que passam à sua rectaguarda? - Não. - Se pudessem conversar uns com os outros, não concordariam em dar às sombras que vêem os nomes dessas mesmas coisas? - Sem dúvida. - E se no fundo da sua prisão houvesse eco que repetisse as palavras daqueles que passam, não imaginariam que ouviam falar as sombras mesmas que desfilam diante dos seus olhos? - Sim. - E, por fim, não julgariam eles que nada existiria de real além das sombras? - Não há dúvida. - Pensa agora naquilo que naturalmente lhes aconteceria se fossem libertados das suas cadeias e se fossem elucidados acerca do erro em que estavam. Liberte-se um desses cativos, e que ele seja obrigado a levantar-se imediatamente, a voltar a cabeça, a andar e a enfrentar a luz: nada disso poderá fazer sem grande esforço; a luz encandear-lhe-á a vista e o deslumbramento produzido impedi-lo-á de distinguir os objectos cujas sombras via antes. Que julgas tu que responderia se lhe dissessem que até então apenas vira fantasmas e que agora tem ante os olhos objectos mais reais e mais próximos da verdade? Se lhe mostrarem imediatamente as coisas à medida que se forem apresentando, e se for obrigado, à força de perguntas, a dizer o que é cada uma delas, não ficará perplexo e não julgará que aquilo que dantes via era mais real do que aquilo que agora se lhe apresenta? - Sem dúvida. - E se o obrigassem a enfrentar o fogo, não adoeceria dos olhos? Não desviaria os seus olhares, para dirigi-los para a sombra, que enfrenta sem dificuldade? Não julgaria que essa sombra possui algo de mais claro e distinto do que tudo quanto se lhe mostra? - Certamente. - Se agora o arrancarmos da caverna e o arrastarmos, pela senda áspera e fragosa, até à claridade do Sol, que suplício o seu por ser assim arrastado! Como está furioso! E, uma vez chegado à luz livre, os olhos ofuscados com o fulgor dela, poderia ver alguma coisa da multitude de objectos a que chamamos seres reais? - De início ser-lhe-ia impossível. - Necessitaria de tempo, sem dúvida, para se acostumar a eles. Aquilo que distinguiria melhor seria, em primeiro lugar, as sombras; e, logo a seguir, as imagens dos homens e dos mais objectos, reflectidos à superfície das águas; por fim, os próprios objectos. Daí volveria os olhos para o céu, cuja visão suportaria com maior facilidade durante a noite, à luz da Lua e das estrelas, do que durante o dia, à luz do Sol. - Sem dúvida. - Por fim, encontrar-se-ia em condições, não só de ver a imagem do Sol nas águas e em tudo aquilo em que se reflicta, como de olhá-lo e contemplar o verdadeiro Sol no seu verdadeiro local. - Sim. - Depois disto, pondo-se a reflectir, chegaria à conclusão de que o Sol é o que determina as estações e os anos, e o que rege todo o mundo visível e que, de certo modo, é causa daquilo que se via na caverna. - É evidente que chegaria gradualmente a tais reflexões. - E se, então, se recordasse da sua primeira habitação e da ideia que aí formavam da sabedoria, ele e os seus companheiros de escravidão, não se regozijaria com a mudança e não teria compaixão da desgraça daqueles que permaneciam cativos? - Certamente. - Crês tu que agora ele sentisse ciúmes das honras, das vaidades e recompensas ali outorgadas àquele que mais rapidamente captasse as sombras, àquele que com maior segurança recordasse as que iam atrás ou juntas e por tal razão seria o mais hábil em prever a sua aparição, ou que invejasse a condição daqueles que na prisão eram mais poderosos e mais honrados? Não preferiria, como Aquiles, segundo Homero, passar a vida ao serviço dum pobre lavrador e sofrê-lo, a voltar ao seu primeiro estado e às suas primitivas ilusões? - Não duvido de que preferiria suportar todos os males possíveis a voltar a viver de tal modo. - Atenta, pois, nisto: se regressasse novamente à sua prisão, para voltar a ocupar nela o seu antigo posto, não se acharia como um cego, na súbita passagem da luz do dia para a obscuridade? - Sim. - E se, no entanto, ainda não distinguisse nada e, antes que os seus olhos se houvessem refeito, o que apenas poderia acontecer depois de muito tempo, tivesse de discutir com os mais prisioneiros sobre essas sombras, não se tornaria ridículo aos olhos dos outros, que diriam dele que, por ter subido até lá acima, perdera a vista, acrescentando que seria uma loucura o eles pretenderem sair do lugar onde se encontravam, e que, se alguém se lembrasse de tirá-los dali e levá-los para a região superior, se tornaria necessário prendê-lo e matá-lo? - Indiscutivelmente. - Pois, meu querido Glauco, é essa, precisamente, a imagem da condição humana. A caverna subterrânea é este mundo visível; o fogo que a ilumina, a luz do Sol; o prisioneiro que ascende à região superior e a contempla é a alma que se eleva at é à esfera do inteligível. É isto, pelo menos, o que penso, já que o queres conhecer, mas só Deus sabe se é certo. Pelo que me toca, a coisa afigura-se-me tal como te vou comunicar. Nos últimos limites do mundo inteligível encontra-se a ideia do bem, que só com dificuldade se percebe, mas que, todavia, não pode ser percebida sem que se conclua que ela é a causa primeira de quanto há de bom e de belo no universo; que ela, neste mundo visível, produz a luz e o astro do qual a luz irradia directamente; que, no mundo visível, engendra a verdade e a inteligência; que é preciso, enfim, ter os olhos fitos nessa ideia, se quisermos conduzir-nos honestamente na vida pública e privada. - Na medida em que pude compreender a tua ideia, concordo contigo. - Tens, pois, de admitir e não estranhar que aqueles que alcançaram essa sublime contemplação desdenhem da intervenção nos assuntos humanos e que as suas almas aspirem, incessantemente, a fixar-se nesse lugar eminente. Assim deve ser, se isto está em conformidade com a pintura alegórica que esbocei.

 O Sábio

  • Quem faz depender de si mesmo, se não tudo, quase tudo o que contribui para a sua felicidade, e não se prende a outra pessoa, nem se modifica de acordo com o bom ou o mau êxito da sua conduta, está, de facto, preparado para a vida; é sábio, na verdadeira acepção do termo, corajoso e temperante.

 Amor sem Amar
  • Os amantes arrependem-se do bem que fizeram, quando o seu desejo já se exinguiu,
    ao passo que aqueles que não têm amor nunca tiveram a oportunidade de se
    arrepender; pois não é sob o jugo da paixão, mas voluntariamente, e conduzindo
    bem os seus interesses, sem ultrapassar os limites dos seus próprios recursos,
    que eles fazem bem ao amigo. Além disso, os amantes repassam na mente os danos
    que o amor lhes causou nos negócios e as liberalidades que eles fizeram, e,
    acrescentando a isso a dor que sentiram, julgam que há muito tempo que têm vindo
    a pagar o preço dos favores obtidos. Já aqueles que não estão apaixonados não
    podem nem usar como pretexto os seus negócios negligenciados por causa do amor,
    nem alegar as intrigas dos familiares, de modo que, isentos de todos esses
    aborrecimentos, eles só têm que se empenhar em fazer tudo o que acham que deve
    agradar ao seu bem-amado.

 

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